
Simpósio Vacinas & Vacinação pela Saúde Universal
Realizado em 21 de maio de 2025, o Simpósio Vacinas & Vacinação pela Saúde Universal aconteceu em formato híbrido e contou com a participação de seis renomados conferencistas, que abordaram o tema para um público de mais de 500 participantes.
O evento integrou o calendário comemorativo do Centenário da Academia Brasileira de Ciências Farmacêuticas e esteve alinhado ao tema do Dia Mundial da Saúde de 2025 — “Começos saudáveis, futuros esperançosos”. Reuniu especialistas de destaque da área da saúde para discutir os principais desafios, inovações tecnológicas e perspectivas estratégicas relacionadas à vacinação no Brasil.
A abertura oficial foi conduzida pelo Dr. Dante Alario Junior, presidente da ABCF, que destacou a importância do tema diante da queda nas taxas de vacinação e do aumento das dúvidas quanto à segurança e eficácia das vacinas. Também enalteceu o papel das instituições públicas, como o Instituto Butantan e a Fiocruz, fundamentais na produção nacional de imunizantes.
Conferência 1 – Vacinas e Vacinação no contexto do Dia Mundial da Saúde de 2025
Palestrante: Dr. Gonzalo Vecina Neto – Professor da Faculdade de Saúde Pública da USP
O Dr. Vecina Neto apresentou uma análise crítica das recentes políticas de corte nos orçamentos da saúde pública, especialmente nas campanhas de vacinação, o que tem comprometido a cobertura vacinal no país. Reforçou a necessidade de vontade política para sustentar as instituições de pesquisa e garantir a autonomia do Brasil na produção de vacinas.
Conferência 2 – Ciência e Tecnologia: Inovações recentes no desenvolvimento de vacinas
Palestrante: Dr. Esper Kallás – Diretor do Instituto Butantan
Dr. Kallás ofereceu uma visão abrangente das tecnologias vacinais, das tradicionais (atenuadas e inativadas) às mais modernas, como as vacinas de mRNA. Apresentou os avanços do Instituto Butantan, que desenvolve imunizantes para doenças como gripe, HPV e dengue, e investe em pesquisas para novas vacinas, como contra a gripe aviária. Enfatizou a importância da inovação contínua e da capacidade técnica para enfrentar futuras ameaças à saúde.
Conferência 3 – Panorama do Programa Nacional de Imunizações (PNI)
Palestrante: Eder Gatti Fernandes – Diretor do PNI
Eder Gatti fez um balanço positivo da atuação histórica do PNI, responsável pela eliminação de diversas doenças e pela ampliação da cobertura vacinal. No entanto, também apontou desafios como as dificuldades de acesso, restrições orçamentárias e a complexidade da gestão de dados. Ressaltou a importância do microplanejamento e da preparação para possíveis surtos, como o de sarampo.
Conferência 4 – Hesitação Vacinal: Combate à desinformação e promoção da confiança nas vacinas
Palestrante: Dr. Renato Kfouri – Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM)
O Dr. Kfouri abordou a hesitação vacinal como um fenômeno multifatorial, influenciado pela desinformação, pela percepção de riscos e pela falta de confiança nos benefícios da vacinação. Destacou o papel estratégico dos profissionais de saúde como fonte confiável de informação e a necessidade de campanhas educativas contínuas para reverter esse cenário.
Conferência 5 – A participação das Farmácias na cobertura vacinal brasileira
Palestrante: Sérgio Mena Barreto – CEO da Abrafarma
Mena Barreto apresentou o crescimento da atuação das farmácias como agentes de saúde, com a rede da Abrafarma desempenhando papel relevante na vacinação e testagem durante a pandemia de COVID-19. Expôs dados sobre a estrutura instalada e destacou experiências internacionais como referência para a ampliação da vacinação no âmbito farmacêutico no Brasil.
Conferência 6 – Desafios e caminhos para o registro de vacinas no Brasil: entre a inovação e a regulamentação
Palestrante: Dra. Meiruze Souza Freitas – Especialista da Anvisa
A conferência final tratou do complexo processo regulatório para o registro de vacinas no país. A Dra. Meiruze destacou os desafios dos ensaios clínicos, a necessidade de agilidade nos processos e a importância da regulamentação baseada em risco. Foram abordados também os aspectos éticos das autorizações emergenciais e a necessidade de maior transparência e colaboração internacional.