ELFRIDES EVA SCHERMAN SCHAPOVAL

Em vinte de janeiro é comemorado, no Brasil, o DIA NACIONAL DO FARMACÊUTICO, data escolhida em referência à fundação, em 1916, da Associação Brasileira de Farmacêuticos – ABF então a maior instituição representativa da categoria no país.

Não há, portanto, melhor data para a Academia de Ciências Farmacêuticas do Brasil – Academia Nacional de Farmácia ACFB-ANF prestar homenagem a um expoente da profissão, a professora Elfrides Schapoval que nos deixou no final do ano de 2021 prestes a comemorar os seus oitenta e oito anos de uma vida dedicada à profissão farmacêutica até o último de seus dias e computando a impressionante soma de sessenta e sete anos de atividade acadêmica e profissional.

Existe uma linha bem clara que separa o professor do educador e nem sempre o docente consegue transpor o seu excelente papel de professor estruturado no conhecimento e na habilidade para a formação de seu alunado, para alcançar etapa subsequente, a do educador, aquele que soma a essas qualidades a atitude profissional que os egressos precisam levar consigo ao deixarem os muros da universidade.

A Professora Elfrides foi uma das maiores personalidades educadoras no seio da profissão farmacêutica, com o seu envolvimento não apenas nos intramuros da escola, bem como no engrandecimento constante de uma profissão respeitada e considerada e uma das mais importantes carreiras da área da saúde. Em toda sua trajetória sua visão além do horizonte do diploma de graduação, a fez líder de duas ou três gerações, que hoje estão continuando sua tarefa, com o mesmo senso de responsabilidade sem, entretanto, deixar de lado o potencial humanístico que ela sempre soube aplicar e ensinar a seus pupilos.

Doutora em farmacologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, campus de Ribeirão Preto, bebeu na fonte do saber do grande Rocha e Silva participando de sua equipe na qual obteve o título o que a credenciou para ser pioneira nos cursos de pós-graduação na área farmacêutica, tendo sido um dos pilares na construção do curso de pós-graduação da Faculdade de Farmácia da UFRGS.

Partiu deixando quatro doutorandos na finalização de seus trabalhos, além daqueles outros vinte e um doutores que foram por ela orientados. Orientou cinquenta e cinco dissertações de mestrado e publicou cento e oitenta e sete artigos em revistas científicas nacionais e estrangeiras. Um legado impressionante que pode ter chegado a milhares de pessoas para as quais dedicou parte de seu tempo na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Professora Emérita da UFRGS não se furtou a dedicar sua vida à causa farmacêutica, contribuindo em todas as áreas de consolidação profissional, quer como pesquisadora quer como profissional dedicada à causa. Foi diretora da Faculdade de Farmácia da UFRGS; membro de comitês técnicos científicos da FAPERGS, da CAPES, do CNPq, dentre outros, com especial atenção à Farmacopeia Brasileira, onde dedicou quarenta anos de sua vida com a lucidez e perspicácia nem sempre vista naqueles que estão chegando.

Gentileza era o seu nome. Pessoa carinhosa, humana e munida de constantes e cotidianas manifestações de apreço por todos aqueles que a considerava amiga, sempre com palavras de encorajamento àqueles que buscavam nela um alento para qualquer dilema pessoal e cunhou um lema que jamais por nós será esquecido: “INSISTA, PERSISTA E NÃO DESISTA”.

A ACFB-ANF, ao homenagear a ocupante da cadeira nº 71 deseja fazer do DIA NACIONAL DO FARMACÊUTICO um momento de reflexão para os mais de vinte e quatro mil profissionais que se encontram espalhados pelo Brasil e pelo mundo.